sábado, 11 de agosto de 2012

Entre o passado e a solidão!


Novo filme de Breno Silveira, mesmo diretor de “2 Filhos de Francisco”, revela a história de um caminhoneiro a partir das músicas de Roberto Carlos.

Solidão, culpa, traição e amor. Sensações e sentimento que servem de matéria-prima para amantes e amores inesquecíveis. Uma combinação singular e bastante tempestiva que no novo filme do diretor Breno Silveira ganham a sonoridade de músicas consagradas do rei Roberto Carlos.

O longa “À beira do Caminho” revela a história do caminhoneiro João - interpretado pelo ator João Miguel. O protagonista é um homem solitário que, fugindo de si mesmo, cruza o Brasil na boleia de um caminhão. O veículo é o sustento e o pequeno “mundo” desse personagem que traz consigo marcas do passado, inicialmente, indecifráveis. São lembranças embaraçosas da sua própria vida as quais entram em cena de forma constante durante todo o filme.  Verdadeiros fragmentos de uma vida dividida entre recordações e o próprio presente.

O caminho de divisões começa a ser superado a partir do surgimento inesperado de um novo companheiro de estrada. No papel do pequeno Duda, Vinicius Nascimento dá vida à criança que vai mudar de sentido o destino de João.  O desconhecido invade a boleia e começa a delinear uma nova história no dia-a-dia do caminhoneiro. Surpreendentemente, o encontro entre Duda e João irá modificar o futuro dos dois.

A narrativa do filme se inspira e dialoga com as músicas do rei Roberto Carlos, uma homenagem do próprio diretor ao cantor. No entanto, o repertório não chega a ser um dos principais atrativos do filme, por si só a película não é empolgante. Por vezes, as músicas tornam a trama clichê assemelhando-se à cena de novela das oito.

Para quem já viu o novo filme de Breno Silveira, não há como evitar a comparação com o premiado “Central do Brasil”.  Excetuando-se pequenas diferenças temporais, no final, o resultado é quase unânime: há grandes semelhanças entre as duas narrativas, tanto no enredo como em seus personagens. Tais características tornam “À beira do caminho” um filme bastante previsível.



Por fim, um ponto positivo do longa é a sensibilidade do diretor de ter usado de locações em paisagens desconhecidas e, por isso mesmo, belíssimas. São cenas do interior brasileiro que enchem de brilho as imagens. Muito embora, tudo isso, por si só, não é suficiente para esconder a pouca criatividade e a narrativa insossa de todo o drama. 

Confira:


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