Novo filme de Breno Silveira, mesmo diretor de “2 Filhos
de Francisco”, revela a história de um caminhoneiro a partir das
músicas de Roberto Carlos.
Solidão, culpa, traição e amor. Sensações e sentimento que servem de matéria-prima para amantes e amores inesquecíveis. Uma combinação
singular e bastante tempestiva que no novo filme do diretor Breno Silveira ganham a sonoridade de músicas consagradas do rei Roberto Carlos.
O longa “À beira do Caminho” revela a história do
caminhoneiro João - interpretado pelo ator João Miguel. O protagonista é um
homem solitário que, fugindo de si mesmo, cruza o Brasil na boleia de um
caminhão. O veículo é o sustento e o pequeno “mundo” desse personagem que traz
consigo marcas do passado, inicialmente, indecifráveis. São lembranças
embaraçosas da sua própria vida as quais entram em cena de forma constante durante todo o filme. Verdadeiros
fragmentos de uma vida dividida entre recordações e o próprio presente.
O caminho de divisões começa a ser superado a partir do
surgimento inesperado de um novo companheiro de estrada. No papel do pequeno
Duda, Vinicius Nascimento dá vida à criança que vai mudar de sentido o destino
de João. O desconhecido invade a boleia
e começa a delinear uma nova história no dia-a-dia do caminhoneiro.
Surpreendentemente, o encontro entre Duda e João irá modificar o futuro dos
dois.
A narrativa do filme se inspira e dialoga com as músicas do rei
Roberto Carlos, uma homenagem do próprio diretor ao cantor. No entanto, o
repertório não chega a ser um dos principais atrativos do filme, por si só a película não é empolgante. Por vezes, as músicas tornam a trama clichê
assemelhando-se à cena de novela das oito.
Para quem já viu o novo filme de Breno Silveira, não há
como evitar a comparação com o premiado “Central do Brasil”. Excetuando-se pequenas diferenças temporais, no final, o
resultado é quase unânime: há grandes semelhanças entre as duas narrativas,
tanto no enredo como em seus personagens. Tais características tornam “À beira
do caminho” um filme bastante previsível.
Por fim, um ponto positivo do longa é a sensibilidade do diretor de
ter usado de locações em paisagens desconhecidas e, por isso mesmo, belíssimas.
São cenas do interior brasileiro que enchem de brilho as imagens. Muito embora,
tudo isso, por si só, não é suficiente para esconder a pouca criatividade e a
narrativa insossa de todo o drama.
Confira:
Nenhum comentário:
Postar um comentário